Nascido em 1901, na cidade de Juiz de Fora, o mineiro Murilo Mendes foi considerado erroneamente um retaguardeiro do Modernismo.
Seu livro de estreia, "Poemas", de 1930, segue toda a receita do Grupo de 22, em especial da Antropofagia de Oswald de Andrade: o poema-piada, a sátira, a paródia...
Mas o Murilo inova pela confusão e profusão de tempos, formas e planos, como se sonho e realidade se penetrassem e se embaralhassem. Além disso, nesse livro, Murilo apresenta a mais perfeita fusão de gíria e linguagem literária, no mesmo patamar, e dessa mistura surge um mundo caótico.
Outra característica singular do Murilo, que aparece em seus livros posteriores, é o seu misticismo, que perfura a superfície da realidade social e cultural e absorve a linguagem religiosa, ligando a humanidade com a totalidade.
Sonho, caos e misticismo são os pilares centrais de sua poesia, que prima pelo uso constante de recursos plásticos experimentais como a colagem, a montagem, a sequência onírica, aplicando técnicas surrealistas da pintura, da fotografia e do cinema para dar conta de sua perplexidade diante de um mundo desconjuntado.
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LIVROS
Poemas (1930);
Bumba-meu-poeta (1931);
História do Brasil (1932);
Tempo e Eternidade (1935);
Os Quatro Elementos (1935);
O Sinal de Deus (1936);
A Poesia em Pânico (1937);
O Visionário (1941);
As Metamorfoses (1944);
Mundo Enigma (1945);
O Discípulo de Emaús (1945);
Poesia Liberdade (1947);
Janela do Caos (1949);
Contemplação de Ouro Preto (1954);
Sonetos Brancos (1959);
Siciliana (1959);
Tempo Espanhol (1959);
Siete Poemas Inéditos (1961);
Italianíssima (7 Murilogrammi) (1965);
A Idade do Serrote (1968);
Convergência (1970);
Poliedro (1972);
Retratos-relâmpago (1973);
Marrakech (1974).
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